quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Fuga
Fugir de ti, parte de mim.
Sair deste mundo
Partir sem rumo...
... e encontrar-te!
De mim e de ti fujo,
Em mim te encontro.
Redundante caminho
Onde me perco.
Alex 24/1/2008
Ruidos
Escuta o ruido que abarca a paisagem...
Escuta o marulhar das ondas, no cimo desta montanha...
Escuta o barulho do vento no silêncio da casa fechada...
O assobiar do silêncio pelas frestas estanques da tua vida.
Fecha os olhos para ver melhor
De que cor é o negrume,
De que tom se apaga a dor,
De que mescla nasceu a cor primária.
Faz tudo isto,
Faz de ti antítese
Quebra a corrente
Enfrenta a vida
Dá-lhe as costas
Faz bem,
Faz mal,
Mas não deixes de fazer...
Alex 24/1/2008sábado, 19 de janeiro de 2008
Melodia
Hoje a minha vida é
Uma melodia desafinada!
Que acordes tocaste no meu ser
Que despertaram esta imensidão de nada
Preencheram este espaço vazio
Desconhecido em mim.
Em que teclas pousaste os teus dedos
Com tanta doçura
Que despertaram luz e cor e som
E me desadormeceram para o sonho
De onde nasce essa melodia?
Em que parte de mim tocaste,
Para tanger com tal doçura
Amor...
Nunca ninguém arrancou de mim
Acordes suaves, como estes
Envolventes, sensuais
Derramados.
E eu envolta nesta mortalha de sons
Sufoco...
Jamais serei capaz de escrever o verso
Dizer a dor e a alegria.
Em que parte de mim encontraste o amor?
Se nem eu sabia que existia.
Lânguida dor de bem estar
Aperta-me o coração.
Dá-me palavras,
Dá-me caminhos,
Dá-me sentido,
Solta-me!
Linhas paralelas
Separadas por um fosso
Um espaço intransponível
Dissidente.
Vou perder-te,
Perco-me a mim.
Soltar de ti amarras invisíveis
Encarcerada em nós laçados por tuas mãos.
E como uma pauta de música
Melodia de sensatez,
Seguir à risca cada nota,
Deixar fluir a melodia em nós.
Alex 19/1/2008quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Perdida...
Sou uma rosa-dos-ventos, aponto em todas as direcções.
Mas hoje acordei e perdi o Norte.
Tentei encontrar-me, estava perdida.
Olhei à volta, tudo era vida!
E eu ali... à toa.
No horizonte um chamamento...
Tinha cor, não tinha cheiro.
Neste fim-de-mundo há cor,
Há musicalidade,
Há gestos de ternura,
E palavras encantadas...
... mas não há cheiro!
Não dou um passo com medo de me encontrar.
Não quero dar largas aos sentidos...
Não quero...
Não quero!
Alex
Segredos
Imagem de Rick, in http://live.spaces.com
Nas pedras negras da serra
Escondem-se os meus segredos
E veio a chuva e lavou-os
Despindo esses penedosE na terra se entranharam
Germinaram
E nasceram...
E hoje os meus segredos
Crescem fortes, vigorosos
E mostram-se ao mundo assim.
Não são vis,
Não são perigosos...
São o fruto do bem-estar
Que a serra me devolveu
São a paz da minha alma
Que um dia aí nasceu.
Alex 14/11/2000A neve...
Imagem de Rick, in http//:live.spaces.com
Hoje vi-te com outros olhos
Pintada por outra mão
Apagou-se toda a cor
Mas a tua beleza não.
Cobriu-te toda de branco
Um manto como se fosse
Pincelada de um artista
De açúcar suave e doce.
Esses verdes e castanhos
Espelho de lágrimas divinas
Transformando num véu alvo
Os teus campos e colinas.
Alex 26/01/01
Estrela Serra
imagem de Rick, in http://spaces.live.com/
Sinto falta desses tons
Que agitam de verde, a alma
Sinto a falta do pulsar
Desse coração granítico
Desse cheiro a liberdade
Que só em ti eu respiro
Do grito que o peito solta
Se me aproximo daí.
Não te amo pela visão~
Que os outros têm de ti
Amo-te pelos momentos
Que unicamente eu senti.
Alex 22/6/2000
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Janela da Vida
Eu aqui, debruçada sobre a vida
Espreito ausente o vasto horizonte
Onde o mar apaga a terra e o sol
Nele se afoga.
Inclino-me mais um pouco
Urjo por ver-te, ó vida
Mas de tanto me alongar
Estico o sonho, rebentou!
E agora, que destino
Se o meu sonhar se apagou
Como alcança a vista o mar
Se ele próprio se afogou.Alex 14/1/2008
sábado, 12 de janeiro de 2008
Amor Sem Espinhos
Aveludadas pétalas, tuas mãos
Desfloram em mim
Sentimentos destemidos
Uma febre inebriante de arrojo
Impele os meus sentidos
Ao som do teu toque
Ah! Dormir para sempre
No teu colo.
Alex 12/1/2008
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Agarra-me à Vida
Se eu te der a mão, seguras-me?
Eu soltei os dedos, desagarrei-me
Não sei se perdi as forças
Se perdi a vontade...
De repente,
Não quero mais,
Não vou mais,
Não sou mais!
De repente...
Eu não nada.
E tu?
Soltas-me?
Ou agarras-me à vida?
Alex 11/1/2008Chorar o Tempo
As minhas lágrimas são assim
De pedra...
Perderam tanto tempo junto a ti
Que agora são cristais de dor
Encastrados no nosso amor
De aliança no meu dedo.
São frios
Cortantes
Brilhantes
Somos nós, entrelaçados.
Alex 11/1/2008quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Pinceladas
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Mágoas
Varre a vida a dor eterna
Lava em mim dito tormento
Despe a alma ao vazio.
Quem dera que aí viesse
Qual enxorrada profunda
E apagasse sem deixar marca
O sofrimento que me inunda.
Quem dera eu poder sofrer
A dor que pertence aos outros
Que é tão mais fácil suportar
Com laivos vivos e neutros
Nos contornos da minha vida
Surgem alegrias imensas
Perseguidas imperceptivelmente
Por sombras esguias e densas.
Alex 8/10/2000
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
O beijo
Pousou em mim devagarinho
Num dia de tempestade,
Em que o sol brilhou só para mim.
Desceu até me aflorar os lábios,
espalhar a sua sedução,
percorrer-me de uma ponta à outra
devagar...
E como uma onda de calor
Queimou em mim vontade
Alastrou sem defesas
Incendiou...
E escorregou lentamente
Pelos meus cabelos,
Pela minha pele,
Pelas minhas coxas
a fio...
E como um suspiro profundo
Avassalou...
Alex 7/1/2008
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
O sol
A Morte
Morrer é marcar a fogo
Qum fica e não esquece
É cravar no peito a dor
Que só o tempo esmorece.
Da morte nasceu a raiva
De quem não sabe aceitar
E nasceu também o ódio
De quem não sabe chorar.
Sê forte e acredita
Que morrer não é partir
É o levitar da alma
Onde alguns não querem ir.
Sê fraco e sofre essa dor
De perder entes queridos
Privado daquele amor
Só partilhado entre amigos.
Alex